terça-feira, 16 de junho de 2009

EDVARD MUNCHEN

“My father was temperamentally nervous and obsessively _ to the point psychoneurosis. From him I inherited the seeds of madness. The angels of fear, sorrow and death stood my side since the day I was born”.
Edvard Munch



Edvard Munch (1863-1944) Pintor e gravador norueguês. Sua infância foi marcada pela tragédia com a morte precoce da mãe e da irmã mais velha de tuberculose. A irmã menor sofria de doença mental e seu pai, médico militar era um religioso fanático e tinha uma difícil relação com o filho artista. Em virtude dos parcos soldos recebidos por seu pai Christian, a família vivia em extrema dificuldade financeira.
Frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo. Sofreu influência de Courbet e Manet. Seus temas prediletos e recorrentes foram a doença e a morte. Ganhou uma bolsa de estudos e foi estudar em Paris, onde conheceu as obras de van Gogh, Gauguin e Toulouse-Lautrec, que influenciaram seu estilo e pensamento. Morou em Berlim, Florença e Roma. Na Itália seu interesse maior foi Rafael. Depois de dezoito anos, voltou para Noruega. Já adulto, tinha comportamento estranho sendo classificado como distúrbio bipolar.
Aos trinta anos, pintou seu trabalho mais conhecido O Grito, obra representativa do Expressionismo alemão. Após sua morte, foi criado o Museu Munch com obras deixadas por ele em seu testamento. Além de abrigar pinturas, desenhos, gravuras estão cerca de 12000 de escritos durante a vida de Munch. Depois de vários roubos, o Museu passou a proteger a tela com o vidro







The Scream (1893). Há quatro versões da pintura. Essa pertence ao acervo da National Gallery, Oslo. A paisagem representa os Fiordis. Ao fundo, o céu laranja avermelhado faz contraste com o rio azul. A figura humana andrógena olha para o espectador e transmite ansiedade e desespero. O quadro poderia ser a representação da própria vida do artista. “Only a foul could paint it” escreveu Munch em uma das versões da pintura.





The Sick Child (1907) Enfatiza a fragilidade da vida, cristalizada na memória do artista com as mortes dos familiares e a lembrança dos doentes visitados por seu pai e acompanhado por ele. É o retrato, no leito de morte, de sua irmã mais velha e preferida Sofie. Ao seu lado está sua tia materna, que criou os sobrinhos após a morte da irmã. A pintura é construída com cores variadas para enfatizar a palidez da menina. Sobre a pequena mesa em vermelho aparece a medicação. Munch pintou varias versões do tema e para ele essa é sua mais importante obra. Numa tentativa infrutífera de reproduzir a primeira versão, ele aprofundou suas aptidões artísticas. Tate Gallery.Londres.




Puberty (1894-1895) Em Berlim, Munch fez uma série denominada puberdade incluindo desenhos, gravuras e pinturas a óleo. Seu prestígio era grande e ele vendeu vários trabalhos. Esse óleo pertence à National Gallery de Oslo. Uma adolescente sentada à beira da cama, preste a se transformar em mulher, mostra toda sua ansiedade de como isso mudaria sua vida. Há uma desproporcional sombra projetada na parede. A sombra poderia sugerir a presença da morte. A modelo, pintada de memória, seria sua amada irmã Sophie.





Dance of Life (1899-1900) Munch afirmou: “Eu pinto o que eu vi e não o que eu vejo”. Aqui, mais uma vez uma pintura de memória. A tela representa uma noite de verão em Oslo. A lua cheia ilumina a cena. A sexualidade está enfatizada pelo reflexo da lua na água. Ao centro um casal enamorado se olha fixamente. A direita uma jovem sorridente vestida de branco com flores a sua frente, a esquerda uma senhora vestido de preto, olha a cena com amargura. Uma das interpretações seria a evolução da vida, da adolescência á velhice. Munch Museum.



Sugestões: Edvard Munch _ Padre Publishers, 1990.
The Dance of Life _ Roman Just.
www.munchmuseum.no
Edvard Munch The Complete Paintings _ Thames & Hudson, 2001.

A dignidade da obra de arte

“Não há muito, apenas o heróico, o mítico e o religioso eram admitidos na grande arte. A dignidade de um trabalho se media em parte pela importância do tema”
Meyer Shapiro



Vincent van Gogh (1853-1890) Pintor pós impressionista holandês. Van Gogh’s yellow chair (1889) National Gallery London. Van Gogh pintou duas cadeiras durante seu período na casa amarela, no tempo em que a dividia com Gauguin. Uma correspondia à seu amigo e a outra à ele mesmo. Para marcar sua presença, ele representou sobre o assento de palha o cachimbo e o pacote de fumo. Ao fundo, uma caixa com cebolas, onde ele colocou sua assinatura. A cadeira de Gauguin é mais sofisticada, estofada em tecido e sobre o assento dois livros e um candelabro com uma vela acesa. Os livros representariam a cultura do artista francês. Doente mental, van Gogh suicidou-se aos 37 anos.





Georges Braque (1882-1963) Pintor e escultor francês. Estudou na Escola de Belas Artes em Paris. Fundou juntamente com Picasso o Cubismo. Serviu na Primeira Guerra, foi ferido e ficou afastado de atividades durante dois anos. Foi condecorado com a Cruz da Guerra e a Legião de Honra. Chair in the Garden (1950) Metropolitan Museum of Art. Nova York.





Joseph Kosuth (1945-) Reconhecido artista conceitual americano. Nasceu em Ohio e estudou na School of Visual Arts, Nova York. Um dos seus trabalhos mais importantes é One and Three Chairs (1965-1966) MOMA. Uma cadeira real, a fotografia dessa cadeira e o texto de um dicionário definindo cadeira são mostrados juntos. Kosuth foi ligado ao movimento Fluxus e sua obra explora a produção e o papel da linguagem dentro da arte. Ele escreveu os livros O Artista como Antropólogo e Arte após a Filosofia. Participou da Bienal de Veneza (1976, 1993, 1999 e 2007) e da V, VI, VII e IX Documenta de Kassel. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Letras da Universidade de Bologna.




Ai Weiwei (1957-) Nasceu em Pequim. Artista, curador e designer. Seu pai Ai Quing foi famoso poeta e durante a Revolução Cultural foi enviado para trabalhar no campo. Weiwei acompanhou seu pai. Mais adiante, estudou na Beijing Film Academy. Foi um dos fundadores da moderna arte chinesa. Entre 1981 e 1993, morou em Nova York, onde freqüentou a Parson School of Design. Regressou e permaneceu em Pequim. O trabalho conceitual chamado Fairtale foi desenvolvido para a última Documenta de Kassel. Weiwei trouxe para a cidade alemã 1001 chineses de diferentes idades e classes sociais. Eles não tinham função, apenas, permaneciam na cidade. Simultaneamente, ele separou 1001 cadeiras, de sua coleção particular, das Dinastias Quing e Ming . As cadeiras foram dispostas em diferentes pontos da exposição e serviam para uma parada e reflexão dos expectadores.





Nelson Leirner (1932-) Nascido em São Paulo é o mais importante artista contemporâneo brasileiro. Em cinqüenta anos de carreira, teve uma incrível produção utilizando se do desenho, pintura, happening, objetos, instalações, filmes e fotografias para expressar seu pensamento. Foi professor da FAAP e da EAV (RJ) exercendo enorme influência na formação de inúmeros artistas. Participou das Bienais de São Paulo, Veneza e Tóquio. Seus trabalhos estão nos mais importantes museus e coleções do mundo. Leirner mora e trabalho no Rio de Janeiro. Matéria e forma: Tronco com cadeira (1965-2003) De um tronco de árvore foi retirada a madeira para construir a cadeira, que se mantém ligada ao tronco. A obra está em exposição no Itaú Cultural em São Paulo. Nelson Leirner é representado no Rio pela Silvia Cintra Galeria de Arte.



Sugestões: Schapiro M._ Mondrian a dimensão humana da pintura abstrata. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.
1963 1968 Aproximações do espírito pop Waldemar Cordeiro/ Antônio Dias/ Wesley Duke Lee/ Nelson Leirner. São Paulo: MAM, 2003.
Artista in China _ Verlabolant, 2007.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Museu Van Gogh

“I have never seen a rolling, vibrating, light-drenched field presented in a more striking manner than in such pictures by van Gogh”.

Johan Rohde.

 

 

Inaugurado em 2 de junho de 1973 na cidade de Amsterdam, o Museu van Gogh abriga o maior acervo de obras do pintor holandês, os cadernos de esboços, ilustrações para livros e cerca de 600 cartas para seu irmão Theo. Há, ainda, trabalhos de seus companheiros contemporâneos. Entre os objetivos do Museu estão: Adquirir e conservar a coleção dos trabalhos de van Gogh e artistas do período entre 1830-1914. Um programa de pesquisa e publicações baseadas nessa coleção. Executar um programa de educação destinado a diferentes públicos. Promover exibições.  Atualmente, asexibições são: Van Gogh and Colours of Night, Odilon Redon and Emile Bernard e Van Gogh? An examination of two FemalePortraits.

 Em 2000, o Museu recebeu 1312 204 visitantes.

 




View of the Sea at Scheveningen (1888). Uma pequena vista do mar pintada com grossas camadas de tintas e ásperas pinceladas. O mar agitado, o céu nublado e escuro e a bandeira do barco tremulando com o vento sugerem a possibilidade de tempestade.

A presença de grãos de areia misturados com a tinta indica os ventos enfrentados por van Gogh durante a realização da pintura.




The Cottage (1885) van Gogh tinha especial interesse pelas pequenas propriedades nos campos. Ele as chamava de ninhos humanos. O antigo chalé representado, com suas duas portas de entrada e sua chaminé, da uma idéia idílica da vida rural. Eram moradores da casa os De Groots representados em Comedores de Batatas.



Portrait of Camille Roulin (1888). Em 1888, van Goghplanejou pintar toda família de Joseph Roulin, o carteiro de quem se tornou amigo. Os retratos dos pais tornaram-se conhecidos e famosos. Camille, o menino, tinha 12 anos quando o retrato foi feito.



Still Life with Quinces and Lemmons (1887) Na belíssima natureza morta, Van Gogh não estava interessado numa precisa representação das frutas, mas sua atenção volta-se para o estudo das cores, especialmente o amarelo. A composição tem diferentes tons de ocre, amarelo e marrom, completados com rosa, vermelho, verde e azul. A inovação foi apintura da própria moldura nas cores amarelo e marrom numa referência aos pontilistas. O quadro foi dedicado ao seu irmão Theo.



The Bridge in the Rain (after Hiroshige) (1887) Nela está representado o interesse de van Gogh pela arte japonesa. O trabalho é baseado numa gravura do artista japonês Hiroshige de sua própria coleção. As bordas são preenchidas com caracteres caligráficos. A obra difere da original por suas cores diferentes e brilhantes.




Claude Monet (1840-1926) Pintor impressionista francês. Monet visitou a Holanda por três vezes. Na primeira, permaneceu por quatro meses em Zaandam com sua família. Estimulado pelas diferentes cores, pelos múltiplos moinhos e os magníficos barcos, Monet produziu uma grande quantidade de trabalhos representando a paisagem holandesa. Mills in theWestsijderveld near Zaandam (1871). Coleção Museu van Gogh.

 

 

Sugestões: Van Gogh at the Van Gogh Museum _Waandres Publishers, 1994.

                     www.vangoghmuseum.nl