segunda-feira, 16 de março de 2009

PINTORAS BRASILEIRAS FALECIDAS

“Tu e ela são a esperança da pintura brasileira. Tu no teu expressionismo, ela no seu cubismo.”

Mario de Andrade Carta a Anita Malfatti.





Anita Catarina Malfatti (1889-1964) Pintora, desenhista, gravadora e professora de arte. Foi a primeira mulher a aderir ao Modernismo. Participou da Semana da Arte Moderna de 1922. Anita nasceu com um defeito no braço direito e, mesmo com tratamento no exterior não houve melhora da deficiência. Com a morte do pai, a situação financeira familiar tornou-se dramática. Com patrocínio de seu padrinho Jorge Krug, conseguiu viagem e inscrição na Real Academia de Belas Artes de Berlim. Dedicou-se ao impressionismo. As proximidades da Guerra a fizeram retornar ao Brasil e mais adiante conseguiu ir para Art Students League de Nova York. Lá foi orientada por Homer Boss. Ao voltar ao Brasil, fez uma exposição no estilo Expressionismo. As críticas a seus trabalhos foram demolidoras, a mais severa delas de Monteiro Lobato. Estudou com Pedro Alexandrino para se adequar à arte do Brasil. Foi para Paris para aperfeiçoamento. Ao voltar, já amadurecida e segura encontrou o ambiente propício para o sucesso. Anita tornou-se professora de arte da Escola Americana e da Escola Normal Mackenzi College. A Boba (1915-1916) MAC da USP.




Tarsila do Amaral (1886-1973) Pintora e gravurista. Começou seus estudos em 1917 com Pedro Alexandrino. Em 1920, foi para Paris estudar na Escola Julien sob a orientação de Émile Renard. Conheceu Fernand Léger e Albert Gleizes sendo convidada para participar do Salão Oficial de Artistas Franceses com obra cubista de 1922. Casou-se com Osvald de Andrade. Associou-se ao movimento Antropofágico. Separou-se de Osvald. Após viagem a União Soviética, iniciou sua série social. Participou da Bienal de São Paulo por três vezes. Tarsila casou-se mais três vezes. A Cuca (1924) Numa carta à sua filha, Tarsila disse estar trabalhando em quadros com temas brasileiros. Um bicho esquisito numa mata com um sapo, tatu e outro bicho. Museu de Grenolle, França. Doação da artista




Djanira de Mota e Silva (1914-1979) Nasceu em Avaré, mudou-se para São Paulo para trabalhar como vendedora ambulante. Contraiu tuberculose e foi internada no pavilhão dos pacientes terminais no Sanatório Dória, São José de Campos. Lá, começou a prática da pintura. Teve alta curada. Mudou-se para o Rio de janeiro e casou-se com Bartolomeu Pereira, maquinista da marinha mercante. Ele morreu num ataque ao seu navio por um submarino alemão. Sozinha, foi morar em Santa Teresa, numa pensão onde encontrou o pintor Emeric Marcier com quem teve aulas de pintura. Nesse período, conviveu com outros artistas Maria Helena Vieira da Silva, Milton da Costa e Scliar. Em 1945, viajou para Nova York, teve contato com Miro, Léger e Chagal. Em 1953, viajou para a União Soviética para estudar e aperfeiçoar-se. Em 1950, casou-se com José da Motta e Silva. Participou do Salão Nacional de Belas Artes em 1942. Viajou pelo Brasil para compreender melhor seu país, o que refletiu em seu trabalho. Em 1977, o Museu Nacional de Belas Artes realizou uma grande retrospectiva. Em 1979, gravemente enferma entrou para Ordem Terceira do Carmo, onde morreu com o nome de Teresa do Amor Divino. Mural Santa Bárbara (1964) Inicialmente, construído com 5300 azulejos para homenagear os dezoito operários mortos na construção do Túnel Santa Bárbara. O mural foi transferido de uma pequena capela no túnel e está instalado no Museu Nacional de Belas Artes.

Sobre ela escreveu Jorge Amado: “Djanira traz o Brasil em suas mãos, sua ciência é a do povo, seu saber é esse do coração aberto à paisagem, à cor e ao perfume”.




Ione Saldanha (Alegrete, 1921 Rio de Janeiro 2001). Pintora e desenhista. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1940, começa seus estudos de pintura clássica com Pedro Correa Araújo. Em 1955, viajou para Europa com a intenção de estudar a técnica do afresco na Escola Julian em Paris e depois em Veneza. Ao voltar, impressionada pela simplicidade da pintura de Volpi, abandona as telas e passa a utilizar pequenas ripas de madeira e bambus, combinando a beleza das cores com a divisão dos espaços. Mais adiante, apropriou-se das bobinas de madeira como suporte. Participou da Bienal de São Paulo e do Salão Nacional de Belas Artes. Bambus (1973) Acrílica. Doação da artista MAC

Uma homenagem à Mulher em seu dia.

Sugestões: Tarsila do Amaral a modernista _ Editora SENAC, 2000.

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