segunda-feira, 9 de março de 2009

PINTORES BRASILEIROS

“Daqui fiquei vendo melhor a minha terra. Fiquei vendo Brodowski como ela é”.

Candido Portinari





Cândido Torquato Portinari (1903-1962) É considerado o pintor brasileiro mais importante e o de maior projeção internacional. Nas pequenas obras em lápis de cor ou caneta esferográfica até os enormes painéis ficaram gravadas toda sua criatividade e talento. A iniciação em arte começou em sua cidade natal. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1922, ganhou medalha de bronze no Salão Nacional de Arte. Em 1928, conquistou o Prêmio Viagem ao Estrangeiro. Viajou pela Itália, Inglaterra, Espanha e Paris, onde permaneceu até 1930. Ao voltar ao Brasil produziu uma grande quantidade de obras e o reconhecimento da crítica. Em 1962, sofreu intoxicação pelo chumbo vindo a morrer em conseqüência da doença. Mulatinha com Laço Vermelho (1943). Coleção particular. É a representação do povo de sua terra, a mulatinha no seu vestido de chita com bolinhas e laço vermelhos. Sob o comando de seu filho João Cândido Portinari, criou-se o Projeto Portinari, localizado na PUC, RJ, que fez mapeamento de toda obra do pintor e colocou disponível para os estudiosos.





Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) Nasceu em Friburgo. O lábio leporino criou para a criança grandes dificuldades. Muito jovem perdeu o pai em acidente com arma de fogo. Sua mãe casou-se com o Barão von Schilgen, o que levou a família a ir morar na Europa. Guignard matriculou-se, aos 20 anos, na Academia de Munique onde permaneceu por cinco anos. Em 1924, voltou ao Brasil e participou do Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Após uma breve permanência na Europa, retornou definitivamente ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro. Casou-se uma vez e foi abandonado pela mulher após a morte de seu único filho. A partir daí viveu em absoluta solidão dedicando-se a pintura. Em 1944, foi convidado pelo prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubischeck para criar uma escola de arte, que muito contribuiu para o desenvolvimento da pintura mineira. Viveu com dificuldades financeiras, sendo ajudado por amigos. Participou dos Salões de Belas Artes de 1924, 1929,1939 e 1942. Suas obras mais notáveis retrataram a paisagem mineira. Noite de São João (1942) MOMA. A clara noite é iluminada e embelezada pelos balões tradicionais da festa de São João.




Ismael Nery (Nasceu em Belém, 1900. Morreu no Rio de Janeiro, 1936). Pintor, desenhista, poeta e filosofo. Veio para o Rio com a família, aos 15 anos matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1920, estudou na Academia Julien de Paris. Casou-se com a poetiza Adalgisa Nery com quem teve dois filhos. Criou um sistema filosófico chamado Essencialismo baseado em sua fé cristã. Em 1927, volta a Paris, conheceu Chagal, de Chirico e Picasso. Aderiu ao Surrealismo. Seus interesses maiores foram os retratos, auto retratos e os nus. Foi esquecido até 1965, quando teve uma participação na 8ª Bienal de São Paulo. Morreu de tuberculose pulmonar. Figura Coleção particular. Foi amigo do poeta Murilo Mendes, que selecionou e publicou suas poesias.

“Deus criou duas almas

Deu uma a Adão e outra a Eva

Deu também a Adão e Eva

O poder de criar corpos

Para herdarem as almas que Ele lhes deu.

Poema, 1932.





Iberê Bassani Camargo (1914-1994). Pintor, gravador e professor. Veio para o Rio de Janeiro em 1942 para cursar a Escola Nacional de Belas Artes. Insatisfeito com a metodologia, juntou-se a outros alunos para estudar com Guignard. Mais adiante, estudou na Europa com de Chirico e Lothe. Tornou-se professor de gravura do Instituto de Belas Artes no Rio de Janeiro. Temperamento difícil envolveu-se em uma briga e matou com um tiro seu desafeto. Participou das Bienais de São Paulo, Veneza, Tóquio e Madrid. Dinâmica dos Carretéis (1960) Coleção particular. Uma das mais valorizadas séries tem como tema os carretéis. Inicialmente eles eram apoiados em mesa com o tempo, Iberê deixa-os livres e distorcidos, quase abstratos. Em 1995, criou-se a Fundação Iberê Camargo com sua sede definitiva localizada em Porto Alegre.




Antônio Dias (1944-) Nasceu na Paraíba. É artista multimídia. Iniciou seus estudos com seu avô. Foi aluno de Goeldi. Em 1965, recebeu bolsa do governo francês. Residiu em Paris até 1968. Transferiu-se para Milão onde instalou seu ateliê. Ganhou bolsa da Simon Guggenheim Foudation para trabalhar em Nova York. Interessado nas técnicas da produção do papel foi para Índia e Nepal. Em 1988 mudou-se para Berlim e depois para Colônia. Professor da Sommerakademie für Bildende Kunst, Salzburgo. Áustria. The Tripper (1971) Coleção particular

Sugestões: Antonio Dias _ Cosac & Naify, 1999.

Iberê Camargo. Desassossego do Mundo _ Instituto Cultural The Axis, 2001.

www.iberecamargo.org.br

www.portinari.org.br

Ismael Nery 100 anos a poética de um mito _ CCBB, 2000.

Para José Ribamar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cada pintor brasileiro tem um estilo muito especial e reconhecido por artistas de todas partes do mundo.